Amazon: Alexa acaba de ganhar um novo problema (e dos grandes)

Como reportamos no Olhar Digital, a Amazon anunciou a Alexa+, versão de sua famosa assistente com inteligência artificial. A tecnologia rapidamente chamou atenção por seus recursos avançados, como controle da casa e integração com outros dispositivos. No entanto, uma ferramenta discreta, escondida entre as novidades da Alexa, pode ter passado despercebida – e pode dar dor de cabeça para a Amazon.
Trata-se da integração com o Suno, um gerador de músicas com IA. Assim como outras ferramentas semelhantes, a empresa por trás do recurso está enfrentando acusações de violação de direitos autorais.

Suno está sendo processado por grandes gravadoras
Assim como em outros geradores, o Suno produz músicas com base em prompts do usuário. E assim como em outros geradores, a ferramenta está sendo acusada de usar obras protegidas por direitos autorais em seu treinamento. Algo que comprova isso é que a IA pode gerar canções muito parecidas com outras já existentes, como a famosa Johnny B. Goode, de Chuck Berry.
O Suno admitiu que usou material protegido por direitos autorais no treinamento, mas alega que foi tudo feito legalmente. Não demorou para que um processo contra a empresa surgisse (ele está disponível publicamente aqui). Quem acusa? Simplesmente alguma das maiores gravadoras dos Estados Unidos (e do mundo), como a Sony Music, Capitol Records e a Warner Music.
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Alexa+ oferece integração com o Suno
A nova Alexa inclui integração com o Suno, permitindo que usuários gerem músicas artificiais a partir de comandos de voz. No entanto, isso pode prejudicar o próprio Suno.
Vamos entender a fundo:
- O Suno alega que usou os conteúdos legalmente. Já as gravadoras partem do princípio que as músicas geradas por IA têm o intuito de substituir as originais;
- Um precedente disso aconteceu com Andy Warhol. Em 2023, a Suprema Corte dos EUA concluiu que o artista infringiu direitos autorais da fotógrafa Lynn Goldsmith ao imprimir uma foto do cantor Prince tirada por ela, sem nenhum tipo de recompensação;
- Basicamente, se você estiver consumindo uma “cópia” de uma obra já existente, como a versão de IA de Johnny B. Goode, não estará consumindo a original – o que tira o sustento do artista;
- Vale lembrar que, apesar de haver um precedente na indústria artística, a IA passa por diversos problemas de direitos autorais que ainda não foram solucionados. Isso inclui geradores de texto, imagens e vídeos.
O presidente e CEO da Associação Americana Independente de Música, Richard James Burgess, explicou que o problema não é a música gerada por IA, mas sim as violações de direitos autorais. “Se não foi licenciada corretamente dos detentores de direitos, então é um problema para toda a indústria musical”, afirmou.

E onde entra a nova Alexa da Amazon nisso?
Como falamos, a Alexa+ oferece integração com Suno. Vale lembrar que os recursos de IA do dispositivo estarão disponíveis mediante assinatura de US$ 19,99 por mês (cerca de R$ 115), mas serão gratuitos para todos os membros Prime.
Segundo o site The Verge, ao disponibilizar o recurso para seus assinantes, a Amazon estará reforçando a acusação das gravadoras, de que a intenção é fazer os ouvintes consumirem as músicas feitas por IA, ao invés das originais.
E tem mais: geradores de IA, como o Suno, levantam preocupações relacionadas a falsificações. Com a Alexa, ficaria ainda mais fácil gerar canções fraudulentas.
Vale lembrar que a Amazon tem um serviço musical, o Amazon Music, que tem parceria com a Universal Music (que não faz parte do processo). Isso também pode ter desdobramentos no futuro, caso um dos artistas da gravadora seja prejudicado.
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