Árvores milenares com crescimento lento encantam cientistas

Mar 26, 2025 - 02:00
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Árvores milenares com crescimento lento encantam cientistas

Na última quinta-feira (20), pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente nas florestas tropicais das Montanhas Udzungwa, na Tanzânia: uma nova espécie de árvore, batizada de Tessmannia princeps, que pode chegar a três mil anos de vida.

Com alturas que variam entre 35 e 40 metros e troncos que chegam a 2,7 metros de diâmetro, essas imponentes árvores passaram despercebidas pela comunidade científica até o recente achado.

Detalhes morfológicos da Tessmannia princeps
Detalhes morfológicos da Tessmannia princeps: A – Contrafortes; B – Casca com numerosas lenticelas; C – Padrão de ramificação (Imagem: Andrea Bianchi)

Durante expedições na região, a equipe de pesquisadores identificou a espécie, cujo nome “princeps” – que, em latim, significa “o mais eminente” – faz alusão ao seu destaque na densa floresta.

Uma análise detalhada de um tronco caído revelou a presença de apenas 12 a 15 anéis de crescimento por centímetro, indicando ritmo de desenvolvimento extraordinariamente lento, comparável ao de algumas das árvores mais antigas conhecidas no planeta.

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Árvores que vivem milênios!

  • Apesar do fascínio que a descoberta desperta, a sobrevivência da Tessmannia princeps está sob ameaça;
  • Estima-se que existam apenas cerca de 100 exemplares maduros, concentrados em área muito limitada. Por esse motivo, a espécie já é considerada “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês);
  • A continuidade de um projeto de restauração florestal, que visa preservar o habitat natural dessas árvores, é essencial. Sem essa proteção, corre-se o risco de que a espécie seja reclassificada como “criticamente ameaçada“, devido à iminente perda de seu ambiente natural;
  • Outro aspecto que torna a Tessmannia princeps única é sua forma de disseminação de sementes. Diferentemente de muitas árvores que dependem do vento ou de animais para espalhar suas sementes, essa espécie adota mecanismo chamado deiscência explosiva;
  • Esse método possibilita que as vagens se abram de maneira abrupta, lançando as sementes a distâncias significativas e garantindo a continuidade da espécie em seu habitat.

A descoberta das árvores milenares na Tanzânia ressalta o quão vasto e ainda inexplorado é o universo da biodiversidade.

Publicado na revista científica Phytotaxa, o estudo não só amplia o conhecimento sobre as espécies de árvores gigantes, como, também, reforça a importância de iniciativas de conservação para proteger essas relíquias naturais e seus ecossistemas.

Detalhes morfológicos e hábito geral da árvore Tessmannia princeps
Detalhes morfológicos e hábito geral da Tessmannia princeps; A – Close de uma flor, observe a inflorescência densa e flor gasta, presumivelmente polinizada à esquerda com vagem jovem e bicuda iniciando seu longo processo de maturação; B – Raminho florido, com folhas naturalmente reflexas; C – Lâmina adaxial, observe vagem madura no canto superior direito; D – Lâmina abaxial. E – Indivíduo maduro de T. princeps emerge em copa fechada e densa de Parinari excelsa; F – Copa de T. princeps vista do chão da floresta; nem todos os indivíduos mostram timidez de copa como este espécime (Imagem: Andrea Bianchi)

Esta nova espécie, com sua impressionante longevidade e métodos peculiares de propagação, representa verdadeiro tesouro científico e lembrete da riqueza que ainda aguarda ser desvendada em nosso planeta.

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