Camelô senegalês é morto por PM durante operação contra comércio ilegal no Brás, em SP

CLAUDINEI QUEIROZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um senegalês de 34 anos foi morto na tarde desta sexta-feira (11) com um tiro na barriga por um policial militar que participava de operação de fiscalização contra o comércio ilegal nas ruas do Brás, um dos principais centros de comércio popular de São Paulo.
Segundo imagens publicadas nas redes sociais, o homem, identificado como Ngange Mbaye, tentou fugir com um carrinho de mercadoria na rua Joaquim Nabuco. Ao ser alcançado pelos policiais militares e atingido por golpes de cassetete, ele pegou uma barra de ferro e partiu para cima dos agentes.
Neste momento, um dos policiais, que estava com arma em punho, atirou.
Outro camelô, que se identificou como primo de Mbaye, disse em entrevista à Band que o primo estaria ajudando uma senhora de idade, para ela não perder a mercadoria. Ele afirmou que Mbaye ficou quase duas horas na calçada antes de ser socorrido e levado para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde foi constatada a morte.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar e afastou das atividades operacionais o agente envolvido. O policial participava da chamada Operação Delegada, que é um acordo entre os governos estadual e municipal para que policiais militares de folga possam atuar em atividades como o apoio à fiscalização do comércio ilegal.
A Prefeitura de São Paulo, em nota, confirmou que o agente participava da Operação Delegada, mas afirmou que não tem ingerência sobre sua atividade.
"Os policiais militares que participam da Operação Delegada não se reportam à prefeitura, mas sim ao Comando da Polícia Militar, ligado à Secretaria de Segurança Pública", disse a nota.
A SSP informou que a barra utilizada na agressão foi apreendida, assim como a arma do agente. "A ocorrência foi registrada no 8º Distrito Policial como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)."
Após a morte do vendedor, ambulantes protestaram, e as lojas fecharam as portas. Com a chegada da tropa de choque da PM e da cavalaria, os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo para conter o grupo.
A avenida Rangel Pestana, a principal do bairro, chegou a ser bloqueada, mas logo foi liberada.
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