Depoimentos na PF sobre Abin paralela duram mais de 5 horas


Os depoimentos do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luís Fernando Correa, e do ex-número dois da agência, Alessandro Morete, à Polícia Federal, foram marcados por mais de cinco horas de questionamentos intensos. Ambos deixaram o local sem prestar declarações à imprensa, após responderem sobre uma suposta estrutura de espionagem ilegal que teria operado no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro. A continuidade dessa estrutura no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é uma preocupação crescente para o Palácio do Planalto. Esses depoimentos são parte do inquérito conhecido como “ABIN Paralela”, uma investigação da Polícia Federal que busca esclarecer alegações de espionagem ilegal iniciadas no governo Bolsonaro. A investigação, que já dura dois anos, sugere que a administração anterior teria utilizado a estrutura da ABIN para monitorar desafetos do então presidente.
Atualmente, a Polícia Federal está empenhada em determinar se esse esquema de espionagem persistiu na gestão de Lula. As denúncias de espionagem surgiram em um momento delicado, durante negociações com o Paraguai sobre o fornecimento de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, resultando na suspensão das tratativas pelo país vizinho. Alessandro Morete foi recentemente exonerado da ABIN, em meio a suspeitas de que a agência teria interferido nas investigações da “ABIN Paralela”.
Durante os depoimentos, Correa e Morete foram ouvidos simultaneamente, mas em salas separadas, para evitar qualquer tipo de interferência entre os relatos. Essa situação levanta questões sobre a atual gestão da ABIN e se houve envolvimento em espionagens internas e externas ou obstrução de justiça. A disputa por espaço de poder entre agentes da Polícia Federal e da ABIN também é um pano de fundo relevante, suscitando dúvidas sobre o controle do governo Lula sobre a agência ou uma possível conivência com irregularidades.
O desenrolar dessa investigação é crucial para o governo atual, que precisa demonstrar transparência e controle sobre suas agências de inteligência. A revelação de qualquer continuidade de práticas ilegais pode ter sérias repercussões políticas e diplomáticas, especialmente em um momento em que o Brasil busca fortalecer suas relações internacionais e sua imagem no cenário global.
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