Drones conquistando os oceanos apontam uma nova era dos conflitos submarinos

Veículos prometem transformar a coleta de dados, a proteção de infraestruturas e o combate naval O post Drones conquistando os oceanos apontam uma nova era dos conflitos submarinos apareceu primeiro em Olhar Digital.

Dez 26, 2024 - 15:49
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Drones conquistando os oceanos apontam uma nova era dos conflitos submarinos

Após dominar os céus, os drones agora invadem os oceanos, inaugurando uma nova fase nas missões navais. Empresas de defesa e forças militares globais investem maciçamente em veículos subaquáticos não tripulados (UUVs), buscando revolucionar operações estratégicas.

Esses drones submersíveis operam a grandes profundidades e com autonomia de dias, prometendo transformar a coleta de inteligência, a proteção de infraestruturas submarinas e o combate naval, com destaque para o cenário do Pacífico. Em reportagem do Wall Street Journal (WJS), Cynthia Cook destacou o momento oportuno para essa tecnologia. Porém, a pesquisadora sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), que pesquisa e analisa temas de política pública, diz que os custos são elevados.

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Os altos valores se justificam porque o desenvolvimento subaquático enfrenta desafios como a comunicação em profundidade e as condições adversas do ambiente marinho. Embora UUVs já sejam usados em aplicações civis e militares de menor escala, o foco atual reside em embarcações maiores e mais autônomas – o que também acentua os investimentos.

Os drones no serviço militar internacional

Alguns desses drones chamam a atenção, como o Orca, da Boeing (que pretende entregar cinco unidades do veículo à Marinha dos EUA até o final do ano que vem). Ele tem 26 metros com alcance de quase 12 mil quilômetros. Já o Manta Ray, com design inspirado nas raias, desenvolvido pela Northrop Grumman, vem sendo analisado pela Defesa norte-americana. Na reportagem do WSJ, a almirante Lisa Franchetti ressaltou a prioridade dos norte-americanos em sistemas robóticos e autônomos, visando possíveis confrontos com a China.

https://twitter.com/anduriltech/status/1780987267630395454

Outros países também avançam na área. A Austrália desenvolve o Ghost Shark com a startup Anduril, o Reino Unido testa o Herne, da BAE Systems. França, Coreia do Sul, Alemanha e Ucrânia também investem em UUVs.

Avanços tecnológicos impulsionam essa nova geração de drones: baterias mais duráveis, sensores precisos e eletrônicos compactos ampliam a autonomia e as capacidades. Esse progresso coincide com o crescimento da frota naval chinesa e a crescente preocupação com a segurança de cabos submarinos, levando a OTAN a realizar exercícios de proteção com UUVs.

Tecnologia militar com grande potencial

O Herne, da BAE, exemplifica o potencial da tecnologia. Ele é considerado um “Veículo Subaquático Autônomo Extragrande (XLAUV)” e está sendo desenvolvido como uma adaptação de um drone industrial, coletando e analisando dados de inteligência, identificando embarcações e navegando com sensores e mapas. Testes demonstraram sua eficiência na identificação de navios em missões autônomas.

O uso de drones para vigilância reduz a necessidade de arriscar submarinos tripulados e permite operações em águas rasas. O Herne possui autonomia de até três dias, com planos para estender para 45 dias com células de hidrogênio. A BAE considera adicionar armamento ao drone, levantando debates éticos sobre o uso de força letal por máquinas.

Apesar de mais baratos que submarinos, os UUVs ainda exigem (realmente) alto investimento. O programa Orca, por exemplo, enfrentou atrasos e aumento de custos, atingindo US$ 620 milhões (mais de R$ 3,8 bilhões na cotação atual).

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