FMI avisa: "Risco geopolítico" está no "nível mais elevado em décadas"

Os riscos geopolíticos globais atingiram o nível mais alto em décadas e estão exercendo uma pressão inédita sobre a estabilidade financeira mundial, de acordo com uma prévia do Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global, divulgada nesta segunda-feira (15) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo o FMI, um indicador que reúne elementos como conflitos armados, ataques terroristas, tensões militares, aumento dos gastos com defesa e sanções econômicas aponta que o “risco geopolítico global está no nível mais elevado em décadas”. O alerta reforça a preocupação com os impactos desses fatores sobre os mercados financeiros, principalmente após o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
De acordo com o relatório, a escalada de tensões internacionais amplia os riscos de conflitos militares diretos, o que tem "um efeito desproporcionalmente maior e mais persistente nos preços dos ativos". O Fundo destaca ainda que os grandes eventos geopolíticos provocam aumento nos prêmios de risco, afetando especialmente mercados emergentes com menor margem fiscal e reservas internacionais mais limitadas.
O FMI ressalta que os chamados "eventos de risco geopolítico" têm capacidade de provocar efeitos em cadeia, com contágio transfronteiriço por meio das conexões comerciais e financeiras. Isso pode aumentar a volatilidade dos mercados globais e prejudicar a capacidade de intermediação de instituições financeiras, como bancos e fundos de investimento.
Diante desse cenário, o Fundo recomenda que os formuladores de políticas públicas considerem os riscos geopolíticos específicos de cada país na supervisão das instituições financeiras, que devem manter reservas adequadas de capital e liquidez para enfrentar possíveis choques. O órgão também orienta a preservação de espaço para políticas macroeconômicas e o fortalecimento das reservas internacionais como forma de mitigar impactos negativos.
O relatório completo será divulgado na próxima semana, durante as Reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial, que ocorrem de 21 a 26 de abril, em Washington, D.C., onde as duas instituições têm sede.
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