Google restabelece conversor de moedas após quatro meses

O Google reintroduziu seu painel de conversão de moedas para o real na quinta-feira (24), após quatro meses de suspensão. A ferramenta havia sido removida em dezembro de 2024 após exibir cotações incorretas do dólar, que geraram polêmica e até intervenção da Advocacia-Geral da União (AGU).
Em nota oficial, a empresa explicou que implementou “ajustes significativos e salvaguardas adicionais” para garantir a precisão das informações. Entre as principais mudanças está o bloqueio de atualizações de dados em fins de semana e feriados, período em que o mercado financeiro doméstico permanece fechado. Além disso, o Google, agora, torna mais evidente a fonte dos dados financeiros exibidos.
“O Google está comprometido em oferecer informações precisas e confiáveis. Em dezembro do ano passado, removemos da Busca o nosso painel de conversão de moedas para o real por conta de dificuldades com nosso provedor de dados terceirizado“, afirmou a empresa.

Barra de conversão financeira do Google: histórico de problemas
- A suspensão ocorreu após uma série de erros na exibição de cotações;
- O incidente mais grave aconteceu em 25 de dezembro, durante o feriado de Natal, quando o conversor do Google mostrou o dólar a R$ 6,38 — aproximadamente R$ 0,23 acima do valor oficial registrado no último dia útil, quando a cotação estava em R$ 6,15;
- A discrepância levou a AGU a pedir esclarecimentos ao Banco Central (BC) e, até, a ameaçar entrar com ação contra o Google por possível manipulação do mercado financeiro;
- Em resposta, o BC informou que não houve negociação de dólar naquele feriado, sendo a cotação oficial a do fechamento de 24 de dezembro, quando a taxa Ptax (taxa de referência para operações cambiais) ficou definida em R$ 6,1541;
- Não foi um incidente isolado. Em 6 de novembro, um dia após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais estadunidenses, o painel do Google exibiu o dólar a R$ 6,14 no final da manhã, enquanto a moeda estava sendo negociada a aproximadamente R$ 5,70 naquele momento;
- A Morningstar, empresa responsável por fornecer dados financeiros ao Google, admitiu o erro, atribuindo as discrepâncias à “imprecisão de um contribuidor“;
- A companhia terceirizada afirmou, na ocasião, que estava trabalhando para evitar novos problemas.
Diante dos incidentes recorrentes, a AGU enviou ofício ao Google com recomendações para evitar o que chamou de “desordem informacional financeira“.
O documento ressaltou que instabilidades, como as ocorridas, poderiam gerar “decisões de investimento inadequadas e prejuízos materiais, além de comprometer os esforços institucionais de estabilização monetária e a confiança no sistema financeiro nacional”.
Entre as recomendações da AGU estava a indicação clara de que o BC é a fonte oficial para a Ptax no Brasil, bem como a adoção de medidas proativas para prevenir a desinformação econômica, incluindo contextualização e revisão dos processos de validação de informações financeiras.
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Novas medidas de segurança
Agora, o usuário pode verificar, com mais facilidade, a origem das informações exibidas. As taxas de câmbio continuam sendo fornecidas pela Morningstar, mas o Google implementou camadas adicionais de segurança para evitar novos erros.
Em teste realizado no fim da tarde de quinta-feira (24), o painel já exibia valores corretos e consistentes com as cotações oficiais, sugerindo que as novas medidas estão funcionando como planejado.
A empresa também disponibilizou uma página onde os usuários podem conferir as fontes utilizadas pelo Google para exibir diferentes gráficos do mercado financeiro, aumentando a transparência da ferramenta.
O caso ilustra como grandes plataformas digitais podem influenciar percepções sobre o mercado financeiro e ressalta a importância da precisão nas informações econômicas disponibilizadas ao público geral, especialmente em contexto de democratização do acesso a dados financeiros.
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