Na briga pela hegemonia do setor, AMD fecha 2024 com saldo recorde

Fev 4, 2025 - 21:53
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Na briga pela hegemonia do setor, AMD fecha 2024 com saldo recorde

A AMD segue na luta para conquistar a preferência do setor de chips gráficos e CPUs voltados para inteligência artificial (IA) com a Nvidia, player fortíssimo que vinha de recordes atrás de recordes.

Nesta terça-feira (4), a companhia divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre do ano passado e alegrou seus investidores. A começar pela receita do período, que ficou em US$ 7,65 bilhões (R$ 44,3 bilhões, na conversão direta), aumento de 24% ante o mesmo período em 2023 (US$ 6,16 bilhões [R$ 35,67 bilhões]) e novo recorde da empresa.

Quando comparamos o resultado com o terceiro trimestre, houve crescimento de 12%, quando a receita da AMD foi de US$ 6,81 bilhões (R$ 39,44 bilhões), o que mostra que a gigante dos chips gráficos e CPUs pode sonhar em chegar na Nvidia.

Com a divulgação do resultado após o fechamento do expediente na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, as ações da empresa caíram em cerca de 4,5%, custando US$ 114,20 (R$ 661,45). Antes do fechamento e da divulgação dos números, os papéis da AMD fecharam em US$ 119,50 (R$ 692,15), alta de 4,58%.

Apesar da aparente melhora, a companhia viu suas ações caírem 32,74% em um ano. Hoje, seu valor de mercado é de R$ 193,92 bilhões (R$ 1,12 trilhão).

Logo da AMD na tela de um smartphone
Empresa segue na luta contra rivais no segmento (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Números da AMD no ano

  • Quando falamos da receita em 2024, a AMD obteve receita recorde de US$ 25,78 bilhões (R$ 149,32 bilhões);
  • Em 2023, essa quantia foi de US$ 22,68 bilhões (R$ 131,36 bilhões), ou seja, houve aumento de 14%;
  • Além disso, sua margem bruta foi de 49% e lucro operacional de US$ 1,9 bilhão (R$ 11 bilhões);
  • Em relação a 2023, houve aumento de 3% (46%) e 374% (US$ 401 milhões [R$ 2,32 bilhões]), respectivamente;
  • Já o lucro líquido da empresa foi de US$ 1,6 bilhão (R$ 9,26 bilhões) e lucro por ação de US$ 1 (R$ 5,79);
  • Em 2023, esses números foram, respectivamente, US$ 854 milhões (R$ 4,94 bilhões — crescimento de 92%) e US$ 0,53 (R$ 3,06 — crescimento de 89%).

A presidente e CEO da AMD, Lisa Su, destacou a transformação pela qual a empresa passou e a força do setor de data center. “2024 foi um ano transformador para a AMD, pois entregamos receita anual recorde e forte crescimento nos lucros. A receita anual do segmento de data center quase dobrou conforme a adoção do processador EPYC acelerou e entregamos mais de US$ 5 bilhões [R$ 28,96 bilhões] em receita do acelerador AMD Instinct“, disse.

“Olhando para 2025, vemos oportunidades claras de crescimento contínuo com base na força do nosso portfólio de produtos e na crescente demanda por computação adaptável e de alto desempenho”, declarou.

Já o vice-presidente executivo, diretor financeiro e tesoureiro da empresa, Jean Hu, destacou o investimento em IA para fortificar a AMD ante suas rivais. “Fechamos 2024 com um quarto trimestre forte, entregando receita recorde de 24% em relação ao ano anterior e acelerando a expansão dos lucros, ao mesmo tempo em que investimos agressivamente em IA e inovação para nos posicionar para o crescimento de longo prazo e criação de valor”, pontuou.

Lucros da AMD por segmento

A gigante de tecnologia também segmentou seus lucros. Confira abaixo:

Data center

Como Su destacou, o grande destaque da AMD no último trimestre de 2024 foi o setor de data center. A empresa informa que o valor de US$ 3,9 bilhões (R$ 22,58 bilhões) foi um recorde para a companhia, significando aumento de 69% ante 2023.

O resultado se deu graças ao grande aumento de encomendas de sua GPU AMD Instinct e no crescimento das vendas da CPU AMD EPYC.

Quando analisamos 2024 como um todo, outro recorde: receita de US$ 12,6 bilhões (R$ 72,98 bilhões), representando incrível crescimento de 94% em relação a 2023.

Clientes

O segmento de clientes também obteve recorde no fim do ano passado, chegando a US$ 2,3 bilhões (R$ 13,32 bilhões), aumento de 58%. O grande destaque foi o aumento nos pedidos pelas CPUs Ryzen, tanto para desktops, como para dispositivos móveis. No ano como um todo, o recorde foi de US$ 7,1 bilhões (R$ 41,12 bilhões), aumento de 52% ante 2023.

Jogos

No setor de games, no qual a AMD também tem forte concorrência com a Nvidia e com a Intel (quando falamos de CPUs), o trimestre foi bem inferior ao mesmo período de 2023: US$ 563 milhões (R$ 3,26 bilhões), 59% a menos. Segundo a companhia, isso se deve, especialmente, à redução na receita semi personalizada.

Em 2024 como um todo, também houve forte queda: 58% em relação à 2023, totalizando US$ 2,6 bilhões (R$ 15,05 bilhões).

Hardware e software embarcados

Por último, o segmento embarcado teve queda de 13% ante o mesmo período de 2023, obtendo receita de US$ 923 milhões (R$ 5,34 bilhões). A companhia justifica o mau resultado por conta de que “a demanda do mercado continua mista“.

A queda também se refletiu em 2024 todo, com receita total de US$ 3,6 bilhões (R$ 20,85 bilhões), representando queda de 33% ante 2023, especialmente pelo fato de que seus clientes estavam normalizando seus estoques.

Placa com processador AMD EPYC
Pedidos do AMD EPYC creseram e impulsionaram recorde da empresa no setor de data centers (Imagem: Grzegorz Czapski/Shutterstock)

Perspectivas financeiras para 2025

Para o primeiro trimestre deste ano, a empresa espera receita de cerca de US$ 7,1 bilhões (R$ 41,12 bilhões), com crescimento ano a ano de cerca de 30%.

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Futuro e parcerias da AMD

A AMD também trouxe alguns dos avanços da empresa para o futuro. Entre eles, os planos da IBM para implementar os Instinct MI300X, visando impulsionar apps de IA generativa e HPC na IBM Cloud.

A gigante das GPUs fez parceria com a Vultr para que os Instinct MI300X e o software aberto AMD ROCm possam alavancar a nuvem da Vultr para desenvolver e implementar IA empresarial.

A série MI300 será aproveitada pela Aleph Alpha, bem como o ROCm, com o intuito de habilitar seu modelo de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês) sem tokenizador. Essa é uma nova abordagem para IA generativa para simplificação de desenvolvimento de soluções de IA soberana para governos e empresas.

Quem também tem parceria com a AMD é a Fujitsu, que vão desenvolver, juntas, infraestrutura de computação mais sustentável para aceleração da IA de código aberto.

No campo do software, a empresa acelerou seu desenvolvimento para fornecer pilha de IA aberta e robusta. O lançamento do ROCm 6.3 trouxe melhorias significativas de desempenho, possibilitando inferência mais rápida nos aceleradores AMD Instinct, além de novas ferramentas e bibliotecas para compilação.

A parceria entre AMD e Dell foi fortalecida com o anúncio de que os processadores AMD Ryzen AI PRO equiparão os novos notebooks e desktops da linha Dell Pro. A novidade promete maior eficiência energética, IA embarcada e produtividade aprimorada, incluindo suporte ao Copilot+ da Microsoft.

Pela primeira vez, a Dell oferecerá portfólio completo de PCs comerciais baseados em processadores Ryzen, marco na colaboração entre as empresas.

Processador AMD Ryzen nas mãos de uma pessoa
Empresa quer seguir brigando com a Intel com sua nova linha de processadores voltados para IA (Imagem: Tester128//Shutterstock)

A AMD também ampliou sua linha de processadores com foco em inteligência artificial:

  • Os novos Ryzen AI Max e Ryzen AI Max PRO Series entregam desempenho de nível workstation para jogos, criação de conteúdo e cargas de trabalho intensivas em IA;
  • A linha expandida Ryzen AI 300 e Ryzen AI 300 PRO Series leva recursos avançados de IA a notebooks convencionais, agregando segurança, capacidade de gerenciamento e suporte aprimorado para usuários corporativos;
  • Já os processadores Ryzen 200 e Ryzen 200 PRO Series oferecem maior eficiência energética e desempenho para usuários domésticos e profissionais.

Com essas inovações, a AMD prevê a chegada de mais de 150 plataformas Ryzen AI ao mercado por meio dos principais fabricantes ao longo do ano.

No segmento de computação de alto desempenho (HPC), a AMD continua a impulsionar alguns dos supercomputadores mais poderosos do mundo.

O El Capitan, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, tornou-se o segundo supercomputador da empresa a ultrapassar a barreira da exaescala, alcançando a primeira posição no ranking Top500.

Outro destaque é o supercomputador Hunter, instalado no Centro de Computação de Alto Desempenho da Universidade de Stuttgart (HLRS, na sigla em inglês). Equipado com APUs AMD Instinct MI300A, ele fornecerá recursos de HPC e IA para pesquisadores e indústrias.

Além disso, os processadores AMD EPYC e os aceleradores AMD Instinct estão presentes em diversos projetos de supercomputação, incluindo o sistema Eni HPC 6, o novo supercomputador da Universidade de Paderborn e o Sigma2 AS, futuro sistema mais rápido da Noruega.

A AMD também trouxe avanços para o setor de jogos, anunciando na CES 2025 os novos processadores Ryzen 9000X3D, Ryzen Z2 e Ryzen 9000HX.

A empresa lançou ainda a mais recente versão do AMD Software: Adrenalin Edition™ 24.9.1, que melhora a experiência gamer com tecnologias como AMD Fluid Motion Frames 2 e AMD HYPR-RX.

A companhia também expandiu seu portfólio de soluções para computação avançada, apresentando a nova linha AMD Versal™ Gen 2, desenvolvida para aplicações que exigem alto desempenho em data centers, telecomunicações, aeroespacial e defesa.

Outro destaque é a colaboração com a Vodafone em projetos de chips de silício voltados para estações-base móveis, viabilizando redes de maior capacidade e serviços digitais aprimorados por IA.

Logo da Vodafone em uma fachada de loja
Gigante das telecomunicações, Vodafone também tem parceria com AMD (Imagem: Dragos Asaftei/Shutterstock)

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