NASA encontra as maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte

Mar 25, 2025 - 11:30
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NASA encontra as maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte

O rover Curiosity encontrou as maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte. Elas estavam dentro de uma rocha de argila de 3,7 bilhões de anos, na Cratera Gale. Na Terra, moléculas como essa surgem por meio de processos biológicos e não biológicos. Ou seja, a descoberta não prova que o Planeta Vermelho já abrigou vida. Nem que ainda exista vida por lá.

Por outro lado, a descoberta – publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences na segunda-feira (24) – indica que se Marte teve vida em seus primeiros dias, os “produtos” dessa vida poderiam ter sobrevivido por quase quatro bilhões de ano.

Apesar de não provarem existência de vida, moléculas orgânicas encontradas pelo Curiosity em Marte não têm precedentes

“Moléculas orgânicas” significa “moléculas com carbono”. Moléculas orgânicas complexas são a base da vida na Terra (e provavelmente em outros planetas). Mas nem todas as moléculas orgânicas exigem vida para serem formadas. Na busca por vida em Marte, uma grande questão tem sido o quanto da evidência dessa época teria sobrevivido.

Montagem com moléculas orgânicas em volta de buraco em cratera em Marte
As maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte foram encontradas em cratera (Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS, Caroline Freissinet)

A composição da Cratera Gale foi estudada conforme amostras coletadas pelo Curiosity foram colocadas no Sample Analysis at Mars (SAM). Assim, o SAM revelou a presença de moléculas orgânicas com até seis átomos de carbono, incluindo algumas com cloro ou enxofre.

Preocupados com o oxigênio presente em outros produtos químicos marcianos que poderiam oxidar algumas das moléculas que procuravam, os operadores do SAM experimentaram um processo de aquecimento em duas etapas.

Quando esse processo de aquecimento duplo foi realizado numa amostra de rocha Cumberland, produziu alta concentração de clorobenzeno, molécula orgânica cujos seis átomos de carbono representaram o registro marciano.

No entanto, os pesquisadores notaram pequenas quantidades de moléculas orgânicas de cadeia longa conhecidas como alcano, especificamente decano (C10H22), undecano (C11H24) e dodecano (C12H26).

Ok, mas e daí?

Os átomos de carbono do benzeno formam um anel. Já os alcanos são uma longa cadeia de moléculas de carbono com hidrogênio pendurado. Isso é algo novo para Marte, não apenas uma expansão das descobertas anteriores.

Representação artística da superfície de Marte
Se a vida prosperou em Marte, seus “produtos” podem ser detectados por rover mais avançado do que o Curiosity (Imagem: Artsiom P/Shutterstock)

Os autores acreditam que os alcanos são produto do processo de aquecimento. E provavelmente não estavam presentes na rocha marciana. No entanto, o SAM não teria desencadeado a formação de uma cadeia de carbono mais longa, mas sim alterado os átomos ligados à espinha de carbono.

De novo: a descoberta não prova que Marte já abrigou vida. Mas torna mais provável a suposição que, se a vida existiu bilhões de anos atrás por lá, qualquer ácido oleico e outros ácidos graxos de cadeia longa produzidos podem ter sobrevivido nas rochas.

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Em outras palavras: se a vida prosperou no Planeta Vermelho, agora se considera mais provável que seus “produtos” possam ser detectados por um rover melhor equipado do que o Curiosity. A ver.

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