Nova esperança? Marte pode estar escondendo muita água no subsolo

Cientistas encontram uma nova pista na busca por água em Marte. Um estudo publicado na revista Geology usou dados sísmicos do módulo InSight, da NASA, para fazer uma revelação importante: o subsolo marciano está repleto de água líquida.
A dupla responsável pela pesquisa foi além: se há água, pode haver vida microbiana no Planeta Vermelho.

Evidências de água em Marte podem ter sido confirmadas
No início de 2024, pesquisadores já haviam levantado uma hipótese: há água líquida no subsolo de Marte, a cerca de 11,5 e 20 quilômetros de profundidade. Eles tiraram essa conclusão com base na velocidade das ondas sísmicas detectadas durante terremotos no planeta. Esse não é o primeiro estudo que sugere a presença de água nas profundezas do Planta Vermelho.
Recentemente, os pesquisadores Ikuo Katayama, da Universidade de Hiroshima, e Yuya Akamatsu do Instituto de Pesquisa para Geodinâmica Marinha, ambos do Japão, apresentam dados ainda mais detalhados sobre essa alegação.
Leia mais:
- Elon Musk diz que primeira missão do Starship a Marte será lançada em 2026
- Marte: descoberta inesperada reforça possibilidade de vida antiga
- Rochas trazidas de Marte colocam em risco a vida na Terra?
Pesquisa analisou dados sísmicos do Planeta Vermelho
Assim como o estudo do início de 2024, a pesquisa dos japoneses usou dados sísmicos coletados pelo instrumento SEIS (Seismic Experiment for the Interior Structure), da missão InSight, da NASA, que funcionou na superfície de Marte entre 2018 e 2022.
Como explicou o Space.com, o SEIS era sensível a três tipos de ondas sísmicas vindas dos terremotos marcianos (ou martemotos, como você já deve ter ouvido falar):
- A primeira é a onda P, que oscila de trás para frente, como uma onda sonora. Ela é rápida;
- A segunda é a S, que oscila de cima para baixo, perpendicular à direção da viagem. Ela é lenta e não pode viajar através do líquido, como a água;
- A terceira é a onda de superfície, que viaja ao longo da superfície de Marte, como ondulações na água de um lago.

O trabalho estudou as ondas P e S subterrâneas. O sismógrafo mediu os dois tipos de ondas, dando pistas sobre a densidade e composição do meio subterrâneo (água ou rocha) com base na intensidade dos sinais e no tempo que levaram para chegar até o equipamento.
A dupla focou a análise em duas regiões onde pareciam haver mudanças repentinas de propriedades no subsolo de Marte, entre 10 e 20 quilômetros de profundidade (mesma distância que os pesquisadores afirmaram ter evidências de água líquida).

Há água em Marte?
Em pesquisas anteriores, geofísicos alegavam que as transições no interior do Planeta Vermelho vinham da diferença entre materiais vulcânico e suas ejeções. Katayama e Akamatsu dizem que é mais do que isso.
A análise das ondas P e S detectadas pelo SEIS revelaram a presença de água na rocha porosa entre 10 e 20 quilômetros no subsolo marciano. Mas não ficou por aí: a dupla resolveu testar a hipótese em testes na Terra.
Veja como foi:
- Com base nos resultados da pesquisa, os pesquisadores realizaram testes em rochas de diabásio (também conhecida como dolerito) de Rydaholm, uma região na Suécia;
- Isso porque essas rochas são consideradas análogas às rochas marcianas;
- A dupla descobriu que, em condições úmidas, as rochas de diabásio tiveram atividades sísmicas parecidas com o que foi detectado pelo SEIS em Marte.
Katayama e Akamatsu foram além: eles propõem que a presença de água líquida sugere a possibilidade de “atividade microbiana” por lá. No entanto, apesar dos avanços, não será possível acessar o subsolo marciano na prática (pelo menos, não por enquanto).
O post Nova esperança? Marte pode estar escondendo muita água no subsolo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Qual é a sua reação?






