Por que as tartarugas morrem quando viradas de barriga para cima?
As tartarugas são répteis que apresentam modificações na posição dos ossos, diferenciando seu mecanismo de respiração dos demais animais O post Por que as tartarugas morrem quando viradas de barriga para cima? apareceu primeiro em Olhar Digital.
As tartarugas são répteis da ordem Testudines, que, em nomenclatura popular, inclui os cágados, as tartarugas-marinhas e os jabutis. Esses animais são conhecidos por seu casco distintivo, que é uma parte essencial de sua morfologia.
Esse casco, formado por placas ósseas, oferece proteção contra predadores e condições ambientais adversas. Ele consiste em duas partes principais: a carapaça, que cobre a parte superior, e o plastrão, que protege a parte inferior do corpo.
As costelas e as vértebras das tartarugas estão fundidas a essas placas ósseas que compõem o casco, enquanto as clavículas estão fusionadas ao plastrão, o que proporciona rigidez e suporte. No entanto, por esse motivo, esses animais, por mais que apresentem pulmões, têm um processo de respiração diferente do dos mamíferos!
Diferenças entre a nossa respiração e a das tartarugas
A principal diferença entre a respiração das tartarugas e a dos mamíferos está no mecanismo de ventilação dos pulmões. Nos mamíferos, o diafragma – um músculo localizado abaixo dos pulmões – se contrai e desce, criando uma pressão negativa que “suga” o ar para os pulmões. Ao relaxar, o ar é expelido, e a cavidade torácica retorna ao seu tamanho original. Isso faz com que a respiração dos mamíferos seja mais eficiente e independente da posição corporal.
Alguns grupos desses animais, como os jabutis, não possuem músculos do diafragma e, por isso, dependem de músculos intercostais e músculos do abdômen para ocorrer a respiração pulmonar. Esse mecanismo força o ar para dentro e para fora dos pulmões.
Mecanismo de respiração das tartarugas
Os pulmões estão localizados na parte superior da cavidade interna, ou seja, logo abaixo do casco. Durante a inspiração, as vísceras, como o fígado e o intestino, são comprimidas e deslocadas por lâminas musculares, favorecendo uma mudança de pressão na cavidade torácica, os pulmões se expandem, e então, as vísceras são empurradas para baixo. Ao contrair os pulmões durante a expiração, ocorre o movimento oposto, com os órgãos internos voltando a posição inicial.
Esse sistema de respiração, que envolve a pressão das vísceras contra os pulmões, torna a respiração das tartarugas mais complexa e dependente da posição corporal. Embora eficiente em condições normais, esse mecanismo apresenta um problema grave quando as tartarugas são viradas de “barriga” para cima, ou seja, com o plastrão para o ar.
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E quando são viradas de “barriga” para cima?
Quando isso ocorre, por exemplo, com um jabuti, os órgãos internos, incluindo o fígado e o intestino, que normalmente se ajustam à mudança de pressão durante a respiração, acabam comprimindo o pulmão de forma contínua.
Essa pressão excessiva dificulta a expansão dos pulmões, impedindo a entrada adequada de ar, resultando em dificuldades para respirar, podendo, eventualmente, causar asfixia. Portanto, essa posição desfavorável bloqueia o fluxo de ar nos pulmões, comprometendo o fornecimento de oxigênio ao organismo.
Além disso, quando o animal está nessa posição, sua capacidade de se mover é significativamente reduzida. A rigidez e formato do casco, assim como a posição dos membros, tornam difícil para o animal se virar de volta à sua posição natural. Isso significa que, além da dificuldade respiratória, a tartaruga enfrenta os perigos da natureza, tornando-se uma presa fácil para diversos predadores!
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