Big techs estão ‘vasculhando’ os EUA em busca de algo valioso

Abr 7, 2025 - 16:30
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Big techs estão ‘vasculhando’ os EUA em busca de algo valioso

As big techs precisam de data centers para desenvolver inteligência artificial e alimentar sistemas em nuvem (além de outros serviços tecnológicos). Os data centers precisam de energia elétrica para funcionar. As concessionárias fornecem essa energia. Há um problema nesse ciclo: as empresas querem expandir seus data centers, mas as concessionárias não conseguem mais dar conta da crescente demanda.

Uma pesquisa da Reuters analisou 13 grandes empresas de energia elétrica dos EUA e descobriu que quase metade delas recebeu pedidos que excederiam sua capacidade de geração. As big techs estão em busca de alguém que as atenda – mas isso pode não ser possível.

Logos de big techs
Big techs prometeram investir em data centers. Mas será? (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Big techs precisam de data centers, mas podem ficar sem

Como explicamos acima, as big techs precisam dos data centers. Essa infraestrutura funciona como a ‘fábrica’ que alimenta a inteligência artificial, os sistemas em nuvem e, basicamente, tudo no mundo online. Mas toda essa operação requer muita energia.

As empresas querem avançar cada vez mais no desenvolvimento de tecnologia e, para isso, já anunciaram bilhões de dólares para a construção de data centers. Microsoft e OpenAI são algumas delas. Ou seja, mais energia será necessária.

As big techs têm o dinheiro para viabilizar esse aumento na ‘produção’. Porém, na prática, as concessionárias de energia elétrica dos Estados Unidos não conseguirão dar conta da demanda de necessária para concretizar a expansão.

Foi o que mostrou o estudo da Reuters. Das 13 grandes concessionárias de energia elétrica analisadas, quase metade recebeu consultas de empresas de data centers pedindo quantidades de energia que excederiam muito a capacidade de geração atual – e até mesmo a capacidade máxima.

Para você ter uma ideia:

  • A Sempra disse que sua subsidiária de energia no Texas, a Oncor Electric, que atende a região de Dallas, recebeu solicitações para gerar 119 gigawatts adicionais. Esse número é quatro vezes a capacidade máxima do sistema;
  • Já a PPL, da Pensilvânia, recebeu solicitações para data centers com mais de 50 gigawatts. A capacidade de geração atual é de 7,2 gigawatt.
Postes de energia elétrica
Energia elétrica nos EUA pode não dar conta do recado (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O problema é ainda maior

Para piorar a situação, as big techs estão abordando várias empresas de energia elétrica no mesmo estado ou em estados diferentes sobre o mesmo projeto. Especialistas consultados pela agência afirmaram que isso tem inflado as perspectivas de demanda de energia.

O tamanho gigantesco desses empreendimentos e o sigilo das informações relacionadas a eles complica ainda mais a situação e dificulta na hora de prever a demanda futura.

James Richmond, CEO da e2Companies, uma provedora de sistemas de gerenciamento de energia, explicou. Imagine que três grandes empresas consultem uma concessionária, que se prepara para atender essa demanda. No final, apenas uma delas vai para frente com o projeto e as outras duas desistem.

O resultado pode ser uma insegura generalizada no setor, prejudicando consumidores (como as casas e estabelecimentos na região) com fornecimento instável ou aumento de preços.

Data Center.
Data centers podem não ser mais prioridade (Imagem: Caureem/Shutterstock)

Riscos dos data centers

Diante do sigilo dos projetos e da incerteza sobre se eles realmente sairão do papel, algumas empresas passaram a receber as solicitações somente após a assinatura de um acordo – com uma espécie de garantia ou carta de crédito. É o caso da PPL.

Outra preocupação é que as big techs podem abandonar os projetos, já que eles são caros e levam anos para ficarem prontos. A desistência pode aumentar a insegurança nesse setor e até as taxas de juros.

Leia mais:

Como o Olhar Digital reportou recentemente, uma ‘mudança de rota’ em massa pode atingir o setor de tecnologia com as tarifas de Donald Trump. Isso porque as big techs se comprometeram a construir a infraestrutura, mas, com as novas taxas, podem dar prioridade para mudanças mais urgentes. Confira os detalhes aqui.

Os estados dos EUA estão começando a ficar cientes dessa demanda inflada e das perspectivas preocupantes para geração de energia elétrica.

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