Conheça a Ilha das Cobras, um dos locais mais perigosos do mundo — e fica no Brasil!

A poucos quilômetros da costa de São Paulo, encontra-se uma ilha que é um verdadeiro santuário para serpentes, mas um pesadelo para a maioria das pessoas. A Ilha da Queimada Grande, ou simplesmente Ilha das Cobras, é lar de algumas das serpentes mais venenosas do mundo e, por isso, é estritamente proibida para visitantes.
O controle de acesso é feito pela Marinha do Brasil, com o objetivo de proteger tanto os humanos quanto os habitantes rastejantes da ilha. A preservação dessas espécies é essencial, principalmente porque a mais abundante delas, apesar de carregar um veneno extremamente tóxico, está criticamente ameaçada de extinção.
A mortal jararaca-ilhoa
A jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) pertence à família Viperidae, da qual também fazem parte cascavéis e mocas. Seu veneno é hemotóxico, atacando o sistema circulatório e causando hemorragias e coagulações fatais. Diferente dos venenos neurotóxicos, que afetam o sistema nervoso e causam paralisia, o veneno da jararaca-ilhoa age rapidamente, permitindo que a serpente imobilize presas como pássaros em poucos minutos.
Embora seja letal, o veneno dessa espécie também é altamente valioso para a medicina. Substâncias extraídas dele são usadas no desenvolvimento de medicamentos para doenças cardiovasculares e terapias anticoagulantes.

Uma espécie única e isolada
Diferente de outras jararacas encontradas no continente, a jararaca-ilhoa é exclusiva da Ilha das Cobras. Acredita-se que sua evolução ocorreu após a separação da ilha do continente ao fim da última Era do Gelo, há aproximadamente 11 mil anos. Sem predadores terrestres e com escassez de presas, a espécie desenvolveu um veneno três a cinco vezes mais tóxico que seus parentes continentais, uma adaptação essencial para capturar pássaros rápidos.
Atualmente, a dieta da jararaca-ilhoa é composta majoritariamente por duas espécies de aves migratórias: a tesourinha-chilena (Elaenia chilensis), que chega no fim do verão, e o sabiá-una (Turdus flavipes), que aparece no inverno.

Quantas cobras habitam a ilha?
A Ilha das Cobras possui 430 mil metros quadrados, mas a jararaca-ilhoa ocupa apenas 255 mil metros quadrados de floresta densa. Estima-se que a população varie entre 2 mil e 4 mil indivíduos, o que representa cerca de cinco serpentes por metro quadrado em algumas regiões.
Apesar da jararaca-ilhoa ser a espécie mais populosa e perigosa, outras serpentes também habitam a ilha. Existem poucos registros sobre essas espécies secundárias, mas acredita-se que algumas serpentes não peçonhentas, como a cobra-das-lesmas (Dipsas albifrons), possam estar presentes no local.
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Mortes na Ilha das Cobras
Atualmente, não há registros confirmados de mortes na ilha. Isso se deve às rigorosas restrições de acesso impostas pelo Brasil. No entanto, há relatos antigos de um faroleiro e sua família que habitavam um farol localizado no ponto mais alto da ilha no início do século XX. Segundo a lenda, eles teriam sido atacados por serpentes que entraram na casa pelo telhado e pelas janelas.
Nos dias de hoje, apenas pesquisadores autorizados pela Marinha recebem permissão para desembarcar na ilha, garantindo que sua reputação como um dos lugares mais perigosos do mundo continue intacta.
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